7 Erros Comuns ao Calcular EBITDA e Como Evitá-los

Homem analisando gráficos financeiros em tela digital com expressão concentrada

O EBITDA, apesar de fazer parte do vocabulário de muitos profissionais e empresas, ainda é motivo de dúvida e confusão. E não é de se espantar — sua simplicidade aparente pode esconder armadilhas. Quem trabalha com finanças já enfrentou questionamentos sobre ajustes, o que entra ou sai do cálculo, e como interpretar os resultados.

Na Decimo Segundo, convivemos diariamente com situações reais em que o EBITDA aparece como referência para decisões. Mas, se mal calculado, pode desviar totalmente a análise. Se parece assustador para alguém recém-chegado, ou mesmo para empresas mais experientes, saiba que você não está só.

Cuidado com atalhos: o simples pode esconder truques.

Neste artigo, conto os 7 erros mais comuns ao calcular o EBITDA, sugestões práticas para não cair nessas armadilhas e, quem sabe, compartilhar algumas histórias que ajudam a fixar essas lições.

Entendendo o que é o EBITDA

Antes de abordar os erros, vale explicar rapidamente: o EBITDA é o “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, em português, “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”. Ele tenta mostrar o resultado operacional, sem influências financeiras, tributárias ou de depreciação de ativos. Simples? Nem tanto.

O intuito do EBITDA é mostrar como o negócio se comporta na operação, desconsiderando eventos pontuais e distorções. Mas, para chegar lá, existem armadilhas em cada linha do cálculo.

Erro 1: não excluir itens não recorrentes

Imagine que a empresa vendeu um terreno neste ano e teve um lucro considerável fora da rotina. Ao calcular o EBITDA, é comum esquecer que esse resultado não representa a capacidade real do negócio de gerar caixa.

Reunião de contadores analisando documentos da venda de um terreno Não separar itens não recorrentes é um erro frequente. Por exemplo:

  • Venda de ativos (terrenos, imóveis, carros da frota…)
  • Recebimentos judiciais ou indenizações
  • Multas recebidas ou pagas que não fazem parte do dia a dia

Esses valores podem aumentar o EBITDA de modo artificial.

Como evitar: analise detalhadamente os resultados do período, identifique itens que não se repetirão nos próximos anos e faça os ajustes necessários para excluí-los do cálculo.

O EBITDA deve contar apenas o que faz parte da rotina.

Erro 2: confundir EBITDA com fluxo de caixa

Uma dúvida que surge com frequência nos treinamentos da Decimo Segundo é: “O EBITDA mostra o dinheiro real da empresa?” A resposta é clara, mas nem sempre fácil de engolir.

O EBITDA não é o fluxo de caixa. Ele mostra apenas o desempenho operacional sem considerar investimentos, financiamentos ou variações no capital de giro.

  • Não desconta compras de máquinas ou pagamentos de empréstimos
  • Não considera o tempo em que as receitas e despesas realmente entram ou saem do caixa

Considere um exemplo. Uma empresa vendeu com ótimas margens, mas só receberá o dinheiro em 120 dias. Seu EBITDA é positivo, mas o caixa pode estar negativo.

Como evitar: nunca substitua o fluxo de caixa pelo EBITDA. Use os dois indicadores de forma complementar para uma visão completa da saúde financeira.

Erro 3: esquecer de reajustar depreciações e amortizações corretamente

A regra padrão para calcular EBITDA é adicionar depreciações e amortizações ao lucro operacional. Mas nem sempre essas contas são feitas corretamente nos relatórios contábeis. Isso pode distorcer o EBITDA facilmente.

  • Depreciações de ativos já totalmente depreciados, mas ainda em uso
  • Amortizações referentes a itens não operacionais
  • Depreciações aceleradas por questões fiscais que não afetam de fato o resultado operacional

Planilha colorida de depreciação com células em destaque Como evitar: revise sempre a tabela de depreciação e amortização. Verifique se tudo que está sendo adicionado ao EBITDA realmente representa uma depreciação ou amortização operacional. Se necessário, consulte sua equipe contábil — um bate-papo de 5 minutos pode poupar muita dor de cabeça no futuro.

Erro 4: misturar despesas operacionais com financeiras

O EBITDA busca medir o resultado operacional puro, sem influência de juros, receitas financeiras ou despesas semelhantes. E aqui um erro recorrente acontece: incluir juros bancários, multas de atraso ou ganhos sobre aplicações, como se fossem parte da operação.

É fácil se confundir, especialmente quando as finanças da empresa misturam pagamentos de fornecedores com despesas de cartão de crédito, empréstimos e taxas bancárias em um único relatório.

  • Despesas operacionais: salários, energia, aluguel, água, manutenção
  • Despesas financeiras: juros, multas de financiamento, IOF, variações cambiais

Juros não fazem parte da rotina da operação – são o custo de financiar decisões.

Como evitar: separe claramente, desde o plano de contas, o que é resultado do dia a dia produtivo e o que é consequência de decisões financeiras. Assim, seu EBITDA fica limpo e fácil de interpretar.

Erro 5: não ajustar receitas e despesas de acordo com o regime de competência

Outro ponto de muita confusão: o regime de competência. EBITDA deve considerar apenas o que realmente pertence ao período avaliado, e não o que foi pago ou recebido naquele mês.

Pode parecer simples, mas já vi muitos relatórios considerarem no EBITDA:

  • Faturamentos futuros antecipados
  • Despesas pagas em meses anteriores ou posteriores ao período
  • Provisões que não aconteceram de fato

Imagine que a empresa paga o seguro anual de uma vez só, em janeiro. Incluir esse valor todo no EBITDA de janeiro distorce a análise. O correto seria dividir ao longo do ano.

Como evitar: aplique corretamente o regime de competência em receitas e despesas antes de calcular o EBITDA, associando gastos e ganhos ao seu respectivo período de abrangência.

Erro 6: não considerar reclassificações contábeis

A vida real é cheia de surpresas. Às vezes, uma despesa que no passado era classificada como administrativa, passa a ser operacional. Ou um novo centro de custo é criado, mudando a posição de certos gastos. Esses pequenos detalhes mudam, e esquecê-los pode bagunçar tudo.

Documentos de contabilidade sendo reclassificados por mão de contador Se não ajustar o cálculo do EBITDA para essas reclassificações, você pode comparar resultados de anos diferentes de forma equivocada. Isso pode induzir gestores ao erro, impactando diretamente decisões estratégicas.

Como evitar:

  • Reconcilie as contas de períodos diferentes, ajustando reclassificações que foram feitas
  • Mantenha um histórico das principais mudanças no plano de contas
  • Comunique a equipe sempre que há mudança na alocação dos custos e receitas

Na Decimo Segundo, incentivamos nossos clientes a registrar essas mudanças e a revisar periodicamente os critérios de classificação — pequenas atitudes que fazem toda a diferença.

Erro 7: confiar exclusivamente nos relatórios prontos do sistema

É tentador confiar cegamente nos sistemas de gestão ou ERPs. Eles oferecem relatórios rápidos e automáticos, sim. Mas… será que eles sempre consideram todos os ajustes necessários?

Não é raro encontrar empresas que apresentam EBITDA baseando-se apenas no relatório gerado pelo sistema, sem auditoria manual. O perigo: valores inflados, distorcidos ou incoerentes com a realidade financeira.

Pode ser que o cadastro de algum custo esteja errado. Um centro de custo não foi atualizado. Ou que o sistema não esteja ajustado para a inclusão e exclusão correta dos itens necessários no cálculo do EBITDA.

Já presenciei situações em que, ao revisar o relatório automático com calma, encontramos diferença de milhares de reais! Sim, milhares — apenas por confiar cegamente nos dados.

Como evitar:

  • Audite os relatórios do sistema periodicamente
  • Tenha uma rotina de conciliação mensal, especialmente para os dados utilizados no cálculo do EBITDA
  • Faça uma última checagem manual: parece repetitivo, mas é libertador descobrir um erro antes do auditor

O sistema ajuda, mas o olhar humano é insubstituível.

Por que tudo isso pode mudar o rumo da sua empresa?

O cálculo correto do EBITDA vai muito além de atender auditores ou bancos. Ele pode determinar a tomada de decisões que mudam o rumo dos negócios: expansão, atração de investidores, negociações com fornecedores e, claro, valuation. Por outro lado, um erro de interpretação pode afundar projetos inteiros.

Grandes empresas já passaram por situações como estas. E pequenas empresas podem ter ainda mais dificuldade por falta de equipe especializada. É aí que projetos como a Decimo Segundo fazem a diferença, trazendo orientação, análise e treinamento prático para que cada empresa extraia o melhor dos seus números.

A importância de buscar orientação

Tenho visto empresas perderem oportunidades por confiar em EBITDA mal apurado. Outras, conseguiram mudar de patamar ao ajustar pequenos detalhes na apuração — detalhes, aliás, que só vieram à tona após um olhar cuidadoso, desses que nem todo sistema sozinho entrega.

Com as ferramentas certas, processo bem estruturado e acompanhamento especializado, é possível transformar o EBITDA de uma abstração complicada em um aliado poderoso para o crescimento.

Resumo dos 7 erros e como você pode agir agora

Antes de fechar, uma lista rápida para não esquecer:

  1. Não excluir itens não recorrentes: revise tudo que foge da rotina.
  2. Confundir EBITDA com fluxo de caixa: são coisas diferentes.
  3. Depreciação e amortização mal calculadas: confira cada linha da contabilidade.
  4. Despesas operacionais x financeiras: mantenha tudo separado.
  5. Regime de competência mal aplicado: atribua receitas e despesas ao mês correto.
  6. Desatenção às reclassificações: ajuste e comunique as mudanças.
  7. Confiar só no relatório automático: auditoria manual sempre!

Sabe aquela sensação de ter feito tudo certo e, ainda assim, sentir que algo pode estar escondido nos números? Pois é, faz parte. Por isso, nunca é exagero buscar novos olhares e apoio especializado para transformar dúvidas em oportunidades.

A Decimo Segundo tem esse propósito: desbloquear o potencial financeiro de empresas e pessoas, auxiliando na compreensão dos seus números e promovendo decisões mais seguras. Quer saber como aplicamos isso na prática, transformar seus relatórios em ferramentas de decisões sólidas e crescer de forma sustentável? Fale com a gente e descubra como o seu EBITDA pode ser uma bússola confiável para o sucesso.

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